segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sobre os Cobradores de ônibus



 
"Em algum documento de admissão deve estar escrito que os cobradores não devem colaborar com os usuários de transporte público.

Ok, seria injustiça generalizar, muitos são um exemplo de educação e simpatia, mas o engraçado é que grande parte costuma reagir de forma muito parecida.

Você faz a pergunta ou pede para que te avise quando chegar o ponto que vai descer, mas antes mesmo de terminar a frase eles já desviam o olhar, como se você tivesse desaparecido. Ao terminar o que estava falando, eles respondem em voz baixa ou olham pro lado contrário.

Certa vez uma mulher pediu pra descer no Parque Trianon, na Av. Paulista, o cobrador disse que não sabia onde era. Calma lá... Como ele não sabe??! Deu pra ver na cara dele a má vontade em ajudar a moça.

Poxa... O cobrador num ônibus é uma figura importante, eles deveriam tomar essa consciência e fazer por isso, ajudar as pessoas!

Oi SPtrans, vamos dar cursos de atendimento ao público para os cobradores de São Paulo?!

Beijo.
.Cidão."



E você, o que acha: Os cobradores devem ajudar os usuários sobre as dúvidas de local, itinerários, melhor ponto para descer, etc? Ou eles não têm obrigação nenhuma sobre isso? Deixe seu comentário. 





*Mais do Cidão, só dar um pulinho no http://hablandomas.blogspot.com.br/

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Tipos de busão: Papa motoristas



Ela demorou um tempão para decidir usar a blusa de oncinha com um ombro só e aquele jeans que ressalta todas suas qualidades . A pulseira que imita cristal ficou no pulso esquerdo: melhor para jogar charme e ser percebida. Toda a produção é para que, ao final do dia, consiga subir no ônibus lotado e ser desejada por um motorista em particular.

Assim que isso acontece, encosta ao lado dele que, gentilmente, pega sua bolsa para que ela consiga aproveitar melhor a viagem. Embora já sejam 6 horas da tarde, o cabelo está arrumada e a maquiagem, nos trinques!

Indignada, ela pergunta onde diabos ele tinha se metido, afinal, ela esperou quatro lotações e nada dele aparecer! Ora, o trânsito dessa cidade está infernal. Não tem mais como cumprir os horários como antigamente, responde o motorista.

Ela lhe oferece um bombom e logo começam a falar de amenidades. Ela conta que já está com a agenda do final de semana lotada: vai pra balada sexta, um pagode no sábado e cinema no domingo. Diz que vai sozinha, coitada.

O motorista resolve ajudá-la e diz que vai tentar uma folga no domingo, assim ele pode lhe fazer companhia. Para a patroa, ele vai dizer que vai dobrar para fazer um dinheirinho extra. Ela nem sabe quanto ele ganha, mesmo!

Ouve-se uma gargalhada esganiçada. É ela, que ri escandalosamente e joga os cabelos para trás, num movimento à lá Joelma. “Ai, como você é safado”, ela diz em alto e bom som, enquanto bate no ombro do motorista.

Nesse ponto, todo mundo que está dentro do pequeno ônibus parou para ouvir a conversa. O motorista percebe que virou o centro das atenções e tenta contornar a situação. Diz que só traiu a mulher algumas “poucas” vezes e, mesmo assim, foi porque rolou uma química muito forte com a outra pessoa. “E quando o coração fala mais alto, a gente não pode simplesmente dar as costas para ele”. Romântico e cara de pau, murmura a senhora que acompanha tudo de perto.

Fim da linha. Ela desce do ônibus,  dá boa noite à mulher e aos filhos do motorista, que o esperam no ponto final. Ajeita a blusa, mexe nos cabelos e dá um tchauzinho básico àquele com quem trocou olhares, confidências e desejos durante os últimos 20 km.